Friday, November 18, 2005

 

A continuação do Caos

Endivida-te até ao extremo de não ter um centimo que seja no 5 dia do mês, e passar o resto dos dias a penar por trocos mais parcos que sejam. Guia o teu carro topo de gama, usa o teu telemovel de ultima geração, o teu casaco D & G, que só estarão pagos daqui por 5 anos, e aproveita a sensação efémera de possuir um bem material, que nem ainda é realmente teu. Sê escravo do teu egocentrismo, das tuas posses, e das tuas inseguranças.

Cai no abstencionismo social e deixar de dar voz ás tuas indignações e opiniões, permitires que as acções da comunidade política te desiludam constantemente, deixar de acreditar num futuro, lutar sem objectivos. Automatizares a tua existência, de forma a que todos os dias sejam iguais, inócuos, sempre demasiado reais. Deixares de idealizar objectivos, quer sejam eles, a curto, médio ou longo prazo, e dessa forma, nunca saber o que poderias ter feito com a tua vida. Chegares aos 65 e arrependeres-te de nunca ter tentado, de sempre teres sido acomodado, de querer mudar algo e já não ter tempo...

2) Inconformismo – Sê fiel a ti próprio, ás tuas convicções, á tua forma de ser, de estar e modo de pensar. Revolta-te contra o que julgas estar errado, e, mais importante que apontar defeitos, apresenta soluções. Investe na tua formação, e na tua proactividade , abre uma empresa, e caso não tenhas dinheiro para isso, pede um financiamento, investe. Investe na tua evolução como pessoa, rema contra a maré que afoga a tua ambição e as tuas capacidades. Acredita em ti, e na capacidade de mudar o que está erradamente instituído como sendo socialmente correcto, ditado pela sociedade que te molda, mas pelas mesmas mãos que te estrangulam. Não te limites ao que é imposto, tenta sempre alcançar algo mais, algo mais esse que poderá fazer a diferença nos teus objectivos. Acredita no teu pais, e nas capacidades dos teus conterrâneos em alterar o estado depressivo das vontades e das mentes. Continua a lutar, quiçá, ingloriamente.

3)Alternativo – Parte para outra. Põe de lado o que não está de acordo com as tuas ideias para uma vida equilibrada, e deixa de pensar nas eventualidades de um insucesso.
Não te limites ás fronteiras do teu pais, não receies o desconhecido, pois não poderás esperar alterações de algo estagnado. Continua o teu percurso evolutivo, mesmo que não o possas fazer nos limites geográficos do teu pais de nascimento. Alarga a tua cidadania ao mundo, a outras nacionalidades, a outras pessoas, cujos objectivos de vida são exactamente os teus. Vive a tua vida sabendo que fizeste o que podeste para atingires os teus objectivos, alcançares as tuas metas, concretizares os teus sonhos, pisares a linha da meta da tua existencia. Tendo sempre em conta as tuas origens e de onde vieste, arrisca, confia em ti, nunca deixando de ser humilde e colocares-te em pé de igualdade com todos os outros, tratando todos com o mesmo nivel máximo de respeito. Arrisca.

Talvez seja uma forma demasiado teórica de colocar algo tão subjectivo e tão pessoal como projectos de vida, no entanto, penso que uma reflexão sobre o momento da juventude actual é imperativo ( sim, ainda me enquadro na juventude, apesar de já não ter direito a Cartão Jovem ). Vivemos em tempos deprimidos, em que vemos os jovens mergulhados nos excessos do caos da droga e do álcool. E digo excessos, porque acredito que a vida terá de ser obrigatoriamente regulada por equilíbrio, pois excessos, quer sejam eles excessos de algo bom ou algo mau, serão sempre prejudiciais. Não quero de forma alguma que fiquem com a impressão que não tolero o consumo de álcool e drogas, apenas que encontrem o vosso equilíbrio, o vosso limite, e que saibam parar quando o atingirem. Obviamente, quando falo de drogas, não me refiro ás ditas drogas pesadas, mas a outras drogas que nos vão destruindo dia após dia, mais especificamente o tabaco, que traz inevitavelmente outros danos... No entanto, irei mais tarde dedicar-me a descrever a minha opinião sobre o tabaco.
Não posso deixar de ficar desiludo com algumas pessoas próximas de mim que se dedicam exclusivamente ao consumo de álcool e tabaco, e desperdiçam assim as suas existências. Se bem que penso solenemente que todos, mas todos, devem fazer o que realmente querem, e se isso for desperdiçar as suas vidas dessa forma...que o façam, se assim forem felizes. No entanto, é com tristeza que vejo que essas pessoas não conhecem o outro lado da vida...o bom.

Monday, November 14, 2005

 

Caos

Segunda Feira, dia 14 de Novembro do ano de 2005, 11.35 da manha em Lisboa.


Nasce mais um dia, mais uma semana na urbe, as toupeiras apressam-se a sair das suas tocas para mais 8 horas de labuta... para uma reduzidíssima minoria, serão horas de prazer, mas para a grande maioria serão horas contadas aos minutos, aos segundos, aos milésimos, aos nano-segundos, pois já dizia um grande escritor, “para quem espera, o tempo não passa, para quem não espera, o tempo corre“... admito... não foi um grande escritor que proferiu tal afirmação, mas sim, eu próprio, mas...talvez esta afirmação não fuja muito à verdade, talvez um dia eu seja grande e talvez um dia eu seja escritor. Ou não.


Inicio este blog, não por moda ou tendência generalizada, nem para impressionar o sexo oposto, mas talvez por necessidade de partilhar ideias neste mundo tão aberto e paradoxalmente tão enclausurado em si próprio, fechado no seu egocentrismo e nas suas muralhas institucionalizadas. Nunca me aventurei neste mundo das palavras, excluindo alguns artigos sobre musica que escrevi apenas por divertimento, já lá vão alguns anos. Talvez o faça por ser narcisista... não sendo necessariamente o narcisismo um defeito... Se todos nós gostássemos mais de nos próprios, talvez os nossos níveis de confiança estivessem mais altos, os nossos índices motivacionais tocassem os picos mais altos da tabela, e dessa forma, pudéssemos contribuir para a qualidade das nossas vidas. São este tipo de opiniões que quero partilhar com quem esteja interessado em saber algo mais, uma simples opinião de mais um mero cidadão, mas que não pode deixar de ficar indignado e calado perante alguns acontecimentos que nos martirizam e nos deixam intelectualmente amputados.


Vivendo num pais ( parafraseando um cliché muito utilizado recentemente ) na cauda da Europa, e cada vez mais mergulhado num caudal de incerteza, apatia, e comodismo, não nos resta a nós senão três opções que passo a enumerar:


Opção 1) Apatia, Opção 2) Inconformismo, opção 3) Alternativa


Apatia – Assinares o teu contracto de trabalho a termo certo, e até a tua entidade patronal julgar que és dispensável, uma despesa, um fardo corporativo. Mudar de emprego á velocidade que te é ditada pelas necessidades laborais das ditas grandes empresas, cair na incerteza de um futuro cada vez mais confuso e indefinido, não conseguires concretizar os teus sonhos e não evoluíres como pessoa. Deixar que todas estas incertezas te deixem abater, á custa dos porcos capitalistas, que se regozijam com o crescimento das suas sujas contas bancárias ás custas do trabalho precário desta nossa geração. Deixares de acreditar nas tuas capacidades e acomodares-te ao que te providencia o capital necessário para pagar as tuas obrigações mensais, os teus vícios, as tuas necessidades, a tua vida mundana, a mais imediata.

( continua num proximo capitulo...)


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